Tradição Africana no Texas

Gideon Foli Alorwoyie orgbui é um  septuagenário sacerdote nascido em Gana, Oeste Africano. Fundador do Festival Cultural Africano apresentado na universidade do Texas há várias décadas. Além de batuqueiro, é também professor musical. Ele é o que poderíamos chamar uma verdadeira raridade no século XXI.

Gideon deixou Gana há mais de 40 anos para ser professor musical visitante nos EUA. Ele já deu aula na Faculdade Brockport e no renomado Conservatório Musical da América. Desde desde de 1996 faz parte do corpo docente da Universidade North Texas.

Os rítimos que o senhor Gideon toca e ensina não faz parte de nenhuma linguagem gravada e arquivada nos departamentos de música das universidades norte americanas. Estes rítimos africanos são passados oralmente de geração à geração. As músicas servem para as tribos se comunicarem entre elas. Servem também como um sistema de alarme para avisar sobre algum perigo iminente. Sem um sistema tradicional de gravação ou escrita, os diferentes rítimos dos países africanos estão fadados a desaparecem com as mortes dos mais velhos nas diferentes tribos.

Segundo o professor de música, David Locker, da universidade de Tufts em Massachusetts, há muita resistência por parte dos programas de musicas tradicionais nas Instituições de Ensino Superior (IES) nos EUA em aceitar as complexidades dos diferentes rítimos Africanos. “Ainda hoje há uma percepção errônea e bastante preconceituosa sobre arte africana, apresentação da arte africana, e o modo de vida africano”, ele disse.

Em Dezembro de 2016 o senhor Gideon e vários de seus estudantes se apresentaram em Nova York. O grupo levado por ele apresentou danças e composições tradicionais de Gana. Até mesmo no seu país natal esta tradicional arte está morrendo.  A nova geração, mais conectada com o que acontecendo ao redor do mundo Ocidental, está mais antenada nas variações da música Reggae.

“Estas velhas formas de dança estão associadas mais com as velhas tradições, com o passado, com as áreas mais rurais no Continente. Na verdade, não há incentivo monetário em manter estas tradições”, afirmou o professor Locke. Nos funerais hoje em dia os DJs tocam músicas com seus equipamentos  ao lado dos músicos mais tradicionais. A velha guarda esta cedendo seu espaço para uma nova geração que não está preocupada com as tradições culturais. Todos perdem com este descaso.

Várias vezes ao ano o senhor Gideon viaja a seu país natal. Nesta viagens ele está tentando passar para os mais jovens todo seu conhecimento e as tradições que segundo ele esta sendo perdida. Ao invés de atualizar rítmos velhos, ele prefere retornar aos rítimos tradicionais que ele conhece profundamente.

“Se tenho que ensinar outra coisa criativamente, irei perder aquelas mensagens muito importantes”, ele disse.