
Com as últimas manchetes estampadas nos noticiários nacionais e também internacionais, ficou claro que no atual momento não há qualquer coordenação conjunta entre o governo Federal, governo Estadual, e o Municipal para o combate a pandemia do covid-19. O Brasil ultrapassou a inglória marca de mais de 260 mil mortes segundo dados oficiais. Na sua edição do dia 4/3, o periódico The New York Times dedicou uma página inteira ao caos sanitário acontecendo no Brasil no momento.
Desde março do ano passado, logo no começo da pandemia, o Executivo brasileiro na voz do presidente Jair Messias Bolsonaro vem tentando sistematicamente enfrentar a pandemia como se ela fosse uma mera gripe. Ou uma gripezinha como ele costumava dizer na época. Era como tentar estancar uma grave hemorragia usando apenas um pequeno band-aid. Logicamente isso não iria funcionar dada a gravidade do problema. Um ano depois a situação virou uma calamidade pública. No ano passado o presidente seguiu fielmente a cartilha antivacina e antiisolamento social verbalizada pelo presidente norte-americano, o senhor Donald J. Trump. Em várias ocasiões o presidente Jair Bolsonaro recomendou o uso da cloroquina como forma de combater o virus.
O problema agora é que o negacionista que ocupava a Casa Branca já não mora mais lá. De acordo com o atual presidente, o senhor Joe Biden, o Estados Unidos terão toda sua população de mais de 300 milhões totalmente vacinada até o final de Junho. Usando de sua prerrogativa como presidente, ele invocou o Ato de Guerra e pediu para companhias farmacêuticas concorrentes que trabalhassem juntas em pró de erradicar a pandemia que no país já matou mais de 500 mil pessoas. Desde que assumiu o comando do país no dia 20 de Janeiro, Joe Biden tem como prioridade eliminar a pandemia. Esta cartilha Jair Bolsonaro faz questão de não seguir.
Um ano de pandemia e o Brasil infelizmente não aprendeu muito. Os negacionistas antivacina, antimáscara, e antidistanciamento social continuam influenciando as atitudes do senhor Bolsonaro. Enquanto isso, milhares de pessoas seguem morrendo de Norte a Sul no país. Até o momento o presidente não assumiu qualquer responsabilidade pela forma desordenada que o Brasil enfrenta o vírus e pela mais de 260 mil mortes. Jair Bolsonaro segue dizendo que suas mãos foram amarradas pela Suprema Corte que deram total autonomia para os Estados e Municípios agirem por conta própria. Esta enorme falácia é repedita por seus seguidores com a nítida intenção de macular os juízes do STF e livrar Jair Bolsonaro de qualquer responsabilidade.

Enquanto países com diferentes ideologias políticas tem como prioridade o combate ao covid-19, o Executivo brasileiro segue caminhando na contramão da história e torpedeando os esforços estaduais e municipais que tentam herculaneamente estancar a hemorragia que atingiu a estrondosa marca de quase 4 mil mortes nos últimos 30 dias. No momento o Brasil segue o caminho inverso. Aos olhos do mundo o Brasil está se tornando um grande pária internacional. O país segue nadando contra uma correnteza que a cada dia que passa vai se tornando mais forte. Ou seja, países ao redor do mundo continuam testemunhando queda nas mortes relacionadas ao covid-19, mas no Brasil elas seguem aumentando como se elas fossem aqueles números dos índices inflacionários que o Brasil viveu durante a década perdida dos anos 1980.
Jair Bolsonaro teve a chance de comprar milhões de vacinas desenvolvidas pelo laboratório Pfizer, mas por causa de sua teimosia e birra, recusou a oferta porque na sua visão com antolhos, o laboratório estaria demandando procedimentos legais que ele não estava disposto a cumprir. Alguém na area jurídica do Executivo deveria alertar o presidente que o laboratório estava entrando num contrato com práticas que são normais ao redor do planeta.
Como se não bastasse sua clara ignorância com relação a letalidade da pandemia e as ações necessárias para conter o contágio (Jair Bolsonaro recusa o uso da máscara quando esta cercado pelo seu séquito), o presidente vai as redes sociais para reclamar contra as críticas que vem recebendo dizendo: “Chega de frescuras, de mimimi, vamos ficar chorando até quando?”
Esta certamente não era a liderança que o país buscava quando elegeu o senhor Bolsonaro em 2018.
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