
Mais uma variável pode ser adicionada no debate sobre o poderio econômico da China atualmente. Segundo um interessante artigo publicado no periódico financeiro The Wall Street Journal, as companhias que estão pensando em uma dissociação do poderoso dragão chinês vão precisar de uma ajuda extensiva do setor público dos seus respectivos países.
Muitas empresas ao redor do planeta querem diversificar suas operações e ao mesmo tempo cortar um pouco a dependência econômica relacionada a China e aos altamente especializados trabalhadores chineses.
A esperança de muitas empresas é protegerem-se contra alguma futura epidemia parecida com o COVID-19. Em muitos casos a dependência acabou aumentando por causa dos materiais de proteçao que o governo chinês acabou fornecendo a vários países. A ironia nisto é que a China acabou sendo a primeira grande economia a se recuperar da pandemia.
Se os empresários realmente estiverem interessados em uma dissociação ao menos parcial, sem comprometer suas situações financeiras, uma enorme ajuda financeira do setor público certamente será precisa. Empresas como a Nike e Tesla mencionaram China como um grande fator na recuperação de suas finanças no terceiro semestre.
Enquanto isso, o custo para relocar produções fora da China é enorme, e sem controlar a disseminação do COVID-19 nos seus respectivos países, a variável econômica e sanitária para as empresas abandonarem seus altos investimentos na China será difícil de ignorar.
Analistas financeiros do Bank of America publicaram um estudo recentemente mostrando que para uma total dissociação dos tentáculos chinês seria necessário um investimento de pelo menos 1 trilhão de doláres nos próximos 5 anos.
Um outro estudo publicado no início do ano mostrou que pelo menos 76% das empresas pesquisadas nos Estados Unidos com suas manufaturas na China estão pensando em tirar parte de suas produções fora do país. Um terço das empresas pesquisadas estão considerando mudar num futuro próximo.
Com a pandemia do COVID-19 cobrindo praticamente todo o planeta, uma coisa ficou bastante clara para as grandes empresas dos EUA e do mundo. É insustentável para seus negócios esta quase total dependência em relação a China.
Para que haja realmente uma saída, ou pelo menos uma menor dependência relacionada a somente um país, economias ao redor do mundo devem ajustar suas prioridades. Ou seja, é imperativo controlar melhor o coronavirus para que as indústrias possam recomeçar a produzir fora da China.
Isto deverá incluir um extensivo apoio do setor púbico para pesquisas e desenvolvimento. Investir em melhores infraestruturas e trabalhadores mais qualificados e uma melhor cooperação econômica entre as nações amigas. Quando o assunto é dissociar da China é certamente muito mais fácil falar do que fazer./WSJ
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