PAULO (DONO DA VERDADE) FRANCIS.

Há exatamente 40 anos estreava na Folha de São Paulo o “Diário Da Corte”. A famosa coluna do jornalista Paulo Francis. Como o correspondente exclusivo do periódico em Nova York desde do meio dos anos 1970s, ele vivia na famosa ilha de Manhattan a poucos metros do prédio das Nações Unidas. O jornalista era o comentarista da política e da área cultural nos EUA, principalmente a vida cultural na cidade de Nova York onde ele viria a falecer aos 66 anos em Fevereiro de 1997.

Na época suas colunas saiam quase que diáriamente e ninguém escapava do seu criticismo e do seu alto sarcasmo. Sem poupar críticas aos politicos e a sociedade norte-americana em geral, o jornalista tinha opiniões “fortes” sobre diversos assuntos como por exemplo a música clássica (sua favorita), a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e até sobre as famosas marchinhas do carnaval brasileiro. Ele considerada o Brasil um país de ex escravos e altamente atrasado. Como diziam muitas vezes seus criticos, Paulo Francis era uma verdadeira metralhadora giratória.

Sua primeira coluna intintulada “Diário da Corte” foi publicada no caderno cultural “Ilustrada” do dia 14/3/1980. Nesta primeira coluna ele falava das dificuldades de autores brasileiros em ganharem a vida como escritores. Nesta mesma coluna o jornalista falou também sobre sua entrevista com o escritor baiano Jorge Amado que reclamava da ausência de todos os seus livros nas livrarias.

Paulo Francis escreveu também neste dia sobre a morte de um médico e autor de um best-seller sobre dieta. Ele escreveu que o dito cujo foi morto por sua amante porque provavelmente fêz fora do pinico e que isto causou a fúria de sua assassina. Numa coluna posterior Francis deu todos os detalhes do sórdido episódio citando nomes e todas informações petinentes ao caso.

Ele termina sua coluna criticando o periódico “The New York Times”( que ele lia religiosamente todos os dias juntamente com vários outros jornais e revistas) por causa de uma matéria onde o presidente Jimmy Carter aparentemente teria sido esnobado pelo então chanceler alemão, Helmut Schmidt. Francis não gostou muito do que o jornal escreveu sobre o presidente e seu encontro com o representante alemão. Para ele o jornal passava a mão na cabeça de Carter o qual ele dizia era um inútil. Francis termina sua coluna assim: “É puro nonsense. Confesso que até não me incomodava muito porque nada encontrando nos jornais americanos exceto propanganda, tenho mais tempo para ler livros. Leia livros.

Francis, sempre Francis!