SACUDINDO O MUNDO ESPORTIVO NA AMÉRICA

Jogadores da NBA protestaram contra o racismo e a violência policial na América.

A força econômica e cultural do campeonado de basqute norte-americano, conhecido mundialmente como NBA (National Basketball Association em inglês), é irrefutável. Sua popularidade é tanta que durante a pré temporada e depois na temporada que normalmente começa em Novembro e vai até o final de Junho vários jogos acontecem em outros países. É uma intenção clara da entidade esportiva em abocanhar outros mercados ao redor do planeta.

Desde a brutal morte de George Floyd em Maio deste deste ano nas mãos da polícia de Miniápolis, uma convulsão social tomou conta das ruas na América. Atletas profissionais, principalmente aqueles que pertencem as grandes ligas dos esportes não ficaram imunes as manifestações contra o racismo e a violência policial que atinge desproporcionalmente jovens negros nas áreas urbanas mais pobres na América.

Recentemente mais um ato desta violência envolvendo a polícia e um cidadao negro aconteceu no país. Desta vez o incidente aconteceu na pequena cidade de Kenosha no estado de Wisconsin envolvendo Jacob Blake. Segundo informações da mídia local, Jacob Blake foi atingido por 4 balas disparadas por um policial enquanto ele estava dentro do seu carro junto com seus filhos. Algumas versões dizem que Jacob estava tentando pegar uma faca dentro do seu porta-malas.

A iniciativa espontânea de George Hill, um jogador de basquete pouco conhecido do Milwaukee Bucks resultou na semana passada numa completa parada durante a fase final dos jogos da NBA. Esta paralisação acabou envolvendo vários atletas. Entre eles estava a estrela máxima da liga, o jogador Lebron James do Los Angeles Lakers. Na sua conta no Twitter que é seguida por milhões ao redor do planeta ele escreveu “que mudanças devem acontecer acompanhadas de ações e precisa acontecer AGORA!”

Jogadores da NBA protestando contra o racismo na América

Segundo um longo artigo publicado no periódico The New York Times, um dos representantes da liga disse que talvez os jogadores voltam a jogar no final de semana. Porém, ele nao estava garantindo 100% de volta as quadras (Os jogadores voltaram a jogar no último final de semana de Agosto).

A atitude dos jogadores de basquete teve um efeito multiplicador. As ligas de futebol, hockey e beisebol também pararam. Os treinamentos da pré-temporada do futebol americano também foram intenrrompidos. Tudo isto com o objetivo de fazer a America conversar seriamente sobre o racismo e a violência policial.

Mais uma vez o presidente trocou farpas com os jogadores da NBA por causa da posição destes em relação ao racismo no país. Donald Trump acredita que os jogadores profissionais negros por causa de suas visibilidades e altos salários estão isentos de sofrer qualquer tipo de racismo. Segundo ele as pessoas estão um pouco cansadas da NBA.

Esta parada chamou a atenção de várias pessoas. Uma delas foi a do ex presidente Barack Obama que tem relações pessoais com vários jogadores da liga. Ele disse estar feliz porque os jogadores estão lutando por aquilo que eles acreditam.

Juntamente com os jogadores masculinos, as jogadoras femininas da liga WNBA (Women NAtional Basketball Association em inglês) tem tido um papel bastante ativo durante os manifestos contra o racismo. Renee Montgomery da equipe do Atlanta Dreams desistiu da temporada deste ano para focar mais no seu trabalho relacionado a luta para uma melhor justiça social.

No começo de Agosto os donos dos times de basquete, muitos deles bilionários, disseram que fariam uma doação de 30 milhões de dolares por um periodo de 30 anos dedicado ao empoderamento econômico dentro da comunidade afroamericana.

Durante a parada pelo menos 7 jogos foram adiados. Os times de beisebol Mets (Nova York) e Marlins (Flórida) entraram em campo na hora do jogo e ficaram em silêncio por 42 segundo. Uma alusão clara ao número da camisa do jogador Jackie Robinson, o primeiro jogador negro a jogar pela liga profissional no país. Logo após este ato os jogadores voltaram aos seus vestiários deixando no campo uma camisa com os dizeres: Black Lives Matter.

A morte de George Floyd juntamente com as manifestações anti racismo e a epidêmia do coronavirus estão testando a resiliência da democracia na América.