TESOUROS AFRICANOS

African Treasures

Arte Africana no museu Quai Branly em Paris – Ludovic Marin/AFP

Através do seu presidente, Emmanuel Macron, a França está liderando os países do Ocidente que durante séculos não somente tiveram uma participação bastante ativa no tráfico de escravos, mas também saquearam importantes e cruciais obras de arte de suas colonias.

O presidente Macron em discurso no final de 2018 disse que a França iria retornar sem mais delongas 26 esculturas roubadas da República do Benin. Estas 26 peças fazem parte de um acervo francês de mais de 90 mil tesouros africanos.

Diretores de vários museus europeus, entre eles, o museu britânico, e o museu Victoria & Albert na Alemanha, estão de cabelos em pé por causa da decisão de Macron. Estas famosas instituições culturais não estão de acordo com um relatório requisitado pelo governo francês a respeito das obras saqueadas do Continente Africano.

Neferiti Queen

Busto da rainha Neferiti do Egito no museu Neues em Berlim – Oliver Long/AFP

 

Para complicar ainda mais a discussão fica a pergunta: Qual seria o papel africano em relação ao retorno destas artes roubadas há séculos atras? De acordo com um extenso artigo publicado recentemente pelo periódico The New York Times, três importantes autoridades no mundo intelectual das artes africanas afirmaram que o relatório mesmo não tendo nenhuma base legal é um grande passo para o reconhecimento dos chamados países do Ocidente em reconhecer que estas importantes obras artísticas representam a cultura não somente de um único país, mas sim de um Continente como um todo.

No mesmo artigo do periódico estes intelectuais afirmaram a hipocrisia dos paises europeus em usar estas obras para  o ensinamento do conceito de de cidadania a seus cidadãos. Entretanto, ao mesmo tempo estes mesmos países negam a importância destas obras de artes a seus respectivos países de origem.

Para muitos intelectuais a resposta para esta importante questão relacionada a propriedade intelectual e física seria através de uma troca universal de obras de arte ao redor do planeta. Entretanto, eles são enfáticos em dizer que  esta troca  em relação as obras de arte africana deveriam sair da África primeiro, o berço original da civilizaçao humana e não o contrário.

Estas obras deveriam deixar o Continente africano para serem vistas ao redor do mundo, mas com as devidas informações informando que a obra de arte é originalmente da África./NYT