ESTANTE LITERÁRIA – A RIQUEZA DO ALGODÃO NO PODERIO ECONÔMICO DOS EUA

Cotton King

As vésperas da Guerra Civil dos EUA (1861-1865), os estados do Sul, os chamados Confederados mantinham  suas economias na base do trabalho escravo. O estado de Mississippi, por causa de sua grande produção algodoeira, era considerado a quarta região mais rica do mundo.

Cotton and Race in the Making of America é um livro sobre dinheiro e o abuso de poder. Mas é também um tour de force sobre as forças, intelectual, social, mas principalmente a econômica que transformaram os Estados Unidos numa grande potência.

A história do algodão nos Estados Unidos e o seu papel é o que poderámos chamar de um dramático conto econômico cuja fundamental importância tem sido pouco explorada tanto por especialistas como por historiadores em geral. Por causa de sua ligação direta com raça, o algodão acabou ficando de uma maneira únicamente exclusiva manchado na história dos Estado Unidos.

A produção escravista do algodão esteve intrisicamente ligada com o destino do país e por muito pouco não foi a causa da destruição da nação. Cotton and Race através de diferentes maneiras acaba sendo também sobre a intrísica conexão dos Estados Unidos ao algodão e seu estrondoso sucesso material, não importando  o custo humano ligado a ele.

O algodão estimulou o desenvolvimento econômico antes da guerra mais do que qualquer outro produto agrícola. Entre os anos de 1803 e 1937, o algodão liderou sózinho as exportações. As vésperas da Guerra Civil, o produto detinha 60 por cento de todas as exportações do país.

Esta enorme produção agrícola era tirada das mãos  e do sangue dos escravos e depois dos negros libertos. Gerações de homens, mulheres e crianças que limparam os terrenos, guiaram as mulas por entre os pés de algodão, além de colher a valiosa colheita para o mercado interno, mas principalmente para o mercado externo, produziram uma riqueza ímpar para muita gente tanto no Sul como no Norte dos Estado Unidos.

A produção do algodão na busca incessante por riqueza abraçou por completo o terreno físico, o terreno social, bem como o econômico durante todo o século XIX com a força de um monstruoso tsunami.

Gene_Dattel

O autor Gene Dattel

Os escravocratas e os escravos antes da Guerra Civil, e os fazendeiros depois junto com os meeiros, cada um a seu modo, formaram as intricadas peças no poderoso jogo financeiro.

Os estados do Norte tiveram um papel fundamental na economia algodoeira do Sul juntamente com seu desastre racial. Os estados do Norte forneceram o capital necessário para o desenvolvimento e expanção das plantações no Sul juntamente com a escravidão. A animosidade racial e a  hipocrisia tem sido um assunto menor nos estudos deste período, mas eles formaram um aspecto fundamental do Norte branco tanto antes como depois da guerra.

Este ódio racial foi um grande impedimento para a mobilidade negra – fisicamente, economicamente e intelectualmente. Qualquer exame minucioso sobre as atitudes raciais no Norte branco desde 1800 até 1930 desbancará a ilusão ou desejo infantil sobre a possibilidade de qualquer igualdade entre negros e brancos depois da Guerra Civil.

As ações dos brancos do Norte forneceram um guia perfeito para o lúgubre futuro do negro liberto. Criando com isto um ambiente hostil e excludente. O Norte ajudou a montar uma armadilha onde os negros do Sul jamais tiveram a chance de escapar.

Se a atitude do Norte tivesse sido diferente certamente 90 por cento dos negros não teriam ficado no Sul até as vésperas da 1a Grande Guerra Mundial.

Cotton and Race in the Making of America é um explêndido livro. Ele ilumina o aspecto econômico e o custo humano ligado principalmente aos escravos e depois aos libertos na criação da riqueza norte americana.

Cotton and Race in the Making of America

Editora – Ivan R. Dee

Páginas – 416

US$ – 24.66