Nana Kwame Adjei-Brenyah é um jovem adulto de apenas 27 anos de idade. Parte de sua juventude nos anos 2000 foi passada dentro de um Shopping Center(Na América eles preferem usar o termo Shopping Mall.) no interior do estado de Nova York. Diferentemente de seus pares que frequentavam o mesmo centro de consumo para diversão ou paquera, o jovem de ascendência gaianesa estava trabalhando numa de suas várias lojas vendendo roupas.
Esta sua experiência como vendedor serviu de inspiração para o seu primeiro livro “FRIDAY BLACK”, um trocadilho para a conhecidíssima sexta feira chamada “BLACK FRIDAY” logo após o feriado nacional do dia de Ação de Graças, ou “Thanksgiving Day”. Neste dia a turba do consumo invade os milhares de Shopping Centers espalhados pelo país a procura das famosas barganhas. Os consumidores literalmente brigam para comprarem suas bugigangas. O termo é uma referência ao dia em que as empresas saem do vermelho. Quando existiam ainda os livros de contabilidades elas escreviam o faturamento do dia em preto.
Nana Kwame Adjei-Brenyah usa este frenesi de consumo desenfreado para fazer uma crítica mordaz contra o racismo, o consumerismo, e também a insensibilidade dos norte americanos em geral com relação a violência, principalmente aquela direcionada aos afroamericanos na América.
A maioria das histórias nesta coletânea acontece em espaços públicos de grande aglomeração como por exemplo parque de diversões, Campus Universitário, Shopping Centers e Parques Temáticos.
A primeira história do livro, Finkelstein 5, é sobre um jovem negro que usa uma escala variável desenvolvida por ele mesmo no tom da sua voz negra para + ou para – em diferentes situações. 1.5 tom de voz é para suavizar sua “imagem” numa chamada telefônica para um possível trabalho. Numa outra escala o 10 é usado para fazer parte de um grupo radical.
O protagonista na estória espera o racismo rotineiro na América como por exemplo quando um segurança de uma loja pede seu recibo para um compra feita. Porém, o que o levou para o ativismo foi a absolvição de um homem branco acusado de decepar a cabeça de 5 crianças negras com uma serra.
Outra estória nesta explêndida coletânea chamada “Zimmer Land” acontece num parque temático onde os visitantes realizam suas fantasias racistas de vingança em atores fantaziados de marginais ou terroristas.
Em recente entrevista para o periódico “The New York Times” antes do lançamento do seu livro, Nana Kwame Adjei-Brenyah disse que a escritora Toni Morrison, ganhadora do nobel de literatura em 1993 é uma deusa.
“Friday Black” tem recebido altos elogios e o livro está sendo comparado favorávelmente aos trabalhos de escritores como Ralph Ellison, Isaac Babel, Anton Chekhov e Kurt Vonnegurt entre outros.
FRIDAY BLACK
Nana Kwame Adjei-Brenyah
Editora – Hartcourt
Páginas – 211
Preço – US$11.99
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