HANNAH ARENDT – O FILME

hannah Arendt

Barbara Sukowa no papel de Hannah Arendt

Hannah Arendt foi uma das grande pensadoras da Cultura Ocidental do século XX. Seus livros mais conhecidos são: “Origins of Totalitarism”, “Dark Times”, “The Jews as a Paraiah” e ” Eichmann in Jerusalem”.  Este último antes de ser tranformado em livro foi  precedido numa série de artigos para a influente revista novaiorquina “The New Yorker”.

Hannah Arendt(2013) dirigido pela diretora alemã Margarethe von Trotta foca suas energias nos três periodos na vida da intelectual que mais moldaram sua visão sobre o mundo e sobre culturas e maneira de pensar enraizadas na psique do ser humano.

Hanna Arendt(Barbara Sukowa) é uma expatriada judaica-alemã fugida das garras do nazismo no início dos anos anos de 1940. Depois de passar  um tempo numa prisão na França conseguiu escapar para os Estados Unidos, mais precisamente para Nova York onde conseguiu um trabalhlo como professora da “New School”, o famoso centro do pensamento intelectual da Costa Oeste dos Estados Unidos.

Ao saber sobre o julgamento do nazista Adolf Eichmann em Israel, ela liga para a revista “New Yorker” e se oferece para cobrir o que para muita gente era considerado juntamente com o julgamento de Nuremberg, o grande julgamento nazista do século XX.

Adolf Eichmann

Adolf Eichmann símbolo máximo do termo “a banalidade do mal”

Para sua grande surpresa, Hannah Arendt não encontrou em Eichmann uma pessoa com uma cabeça pensante e os olhos vermelhos cheio de ódio contra os judeus. Para ela Adolf Eichmann não passava de uma pessoa simplória, um simples burocrata numa máquina bem azeitada executando sua tarefa sem pestanejar ordens superiores para a deportação dos judeus para os campos de exterminação. Sua visão de Eichmann foi tão surpreendente para ela mesma que sua definição para ele foi o que se convencionou chamar de banalidade do mal.

Para a escritora parte da exterminação dos judeus poderia ser colocada nas costas de lideres judáicos que colaboraram ativamente para a exterminação em massa. Por esta afirmação ela foi recebida com total indignação tanto por pela comunidade israelense como pela comunidade judaica intelectual de Nova York.

Hannah Arendt praticamente tornou-se uma pária no meio intelectual judáico. Nem mesmo sua melhor amiga na época, a escritora Mary MacCarthy(Janet Mcteer) conseguiu aplacar a fúria direcionada a sua estimada amiga. A defesa de seu pensamento dentro de uma sala de aula lotada é um grande exemplo de pensamento independente.

O filme Hanna Arendt aborda ainda a relação amorosa que ela teve com o seu grande mentor, o filósofo alemão Martin Heidegger.Diga-se de passagem um nazista convicto. Este filme deve ser analisado pelo prisma do pensamento independente e o preço a ser pago por esta extraordinária experiência.

Hannah Arendt

Diretor – Margarette von Trotta

Estúdio – Heimatfilm

Duração – 1hora e 53 minutos