MARTIN LUTHER KING, JR. EM NOVA YORK

Um abridor de cartas quase mudou a história dos Direitos Civis nos Estados Unidos.

Martin Luther King, Jr.

Martin Luther King, jr cravado no peito com um abridor de cartas.

Após o reconhecimento nacional por causa da sua liderança no boicote da comunidade afroamericana a companhia municipal de onibus na cidade de Montgomery, no Alabama, em Setembro de 1958 o pastor MLK veio a Nova York para promover seu primeiro livro. Por muito pouco ele não deixou a cidade dentro de um caixão.

A cidade era a primeira de uma série de lugares para promover Stride Toward Freedom. O livro contava toda sua experiência como um pastor desconhecido catapultado como o grande lider na luta pelos Direitos Civis dos negros na América.

Durante sua estadia na cidade MLK dava autógrafos, falava do seu livro, e concedia entrevistas. O ponto alto de sua visita ficou por conta da sua presença em frente ao famoso hotel no coração do bairro do Harlem onde ele falou para um público de aproximadamente 5 mil pessoas.

Neste evento estavam presentes o famoso jogador de beisebol Jackie Robinson e o jazzman Duke Ellington e sua orquestra.

Neste dia em particular uma mulher afroamericana começou a gritar que ela não queria ter nada com pessoas brancas. Martin Luther King, jr. não deu muita importância a este episódio segundo seu discurso conciliatório de não violência.

No dia seguinte Martin Luther King, Jr. estava sentado na loja de departamentos Blumstein para autografar seu livro. Quase ao final do evento aproxima-se da mesa a mesma mulher que no dia anterior berrava contra as pessoas brancas. Quando chegou sua vez para falar com o pastor perguntou-lhe se ele era mesmo MLK, jr. Ao receber um sim como resposta, Izola Ware Curry de 42 anos e nativa do estado da Georgia tirou de sua bolsa uma lamina para abrir cartas e a cravou no peito de Martin Luther King, jr. para surpresa de todos que estavam no evento.

Izola Ware Curry

Izola Ware Curry sendo levada para a delegacia de polícia em Nova York

Atônito e surpreso ao mesmo tempo, MLK, jr. pedia calma a todos dizendo que estava bem. O sangue manchava sua camisa branca comprada especialmente para o evento literário no Harlem.

Com a lâmina ainda espetada a poucos centímetros do seu coração, MLK, jr. foi levado as pressas para o hospital do Harlem onde foi operado. A tentativa de assassinato mudou a perspectiva do pastor em relação a sua própria vida. Reenforçou nele o senso de fatalidade e os perigos que o cercam na sua luta pelos Direitos Civis. De agora em diante ele teria que fazer as pazes com a possibilidade de perder sua vida nesta luta.

Depois do incidente MLK, Jr. declarou “Devemos todos estar prontos para morrer”.