ÁFRICA – FIM MELANCÓLICO DE UMA PRESIDÊNCIA

Jacob Zuma renuncia

Quando Jacob Zuma renunciou a presidência sul africana em Fevereiro, ele foi  praticamente forçado a deixar o cargo pressionado pelo seu próprio partido, o Congresso Nacional Africano (CNA).

Para o ex presidente, o partido era tão forte e sua influência tão extraordinária que se perpetuaria no comando do país até quando Jesus retornasse ao planeta Terra novamente.

Apesar dos endêmcos caso de corrupcões, escândalos diversos, e sua notória má administração, os asseclas do partido seguiam apoiando o presidente incondicionalmente. No final, o próprio partido virou as costas para Jacob Zuma pedindo a ele que renunciasse quase dois anos antes do final do seu mandato.

Durante sua presidência toda aura conciliatória de paz propagada por Nelson Mandela, juntamente com o sonho de uma África do Sul liderando o Continente acabou se esvairando num mar de lama envolvendo vários lideres corruptos.

Interinamente assumiu o comando do país Cyril Ramaphosa, um dos principais lideres do Congresso Nacional Africano.

“Foi um período quando a África do Sul estava sendo vista ao redor do planeta como um grande exemplo luminoso no Continente Africano, uma verdadeira fonte de influência econômica. Uma vibrante democracia sendo testada até seu limite máximo”, disse Somadoda Fiken, um analista político independente, e ex professor da Universidade da África do Sul.

Filho de uma empregada doméstica e sem qualquer formação escolar, Jacob Zuma passou 10 anos atrás das grades em Roben Island, a famosa ilha onde também esteve preso Nelson Mandela.

Mesmo antes de tornar-se presidente lutava contra todos os tipos de acusaçãoes entre elas corrupção e tráfico de influência. Praticamente passou todo os seus quase 10 anos como presidente se defendo de tais acusaçções.

Entre seu eleitores ele será lembrado tanto pela luta para tirar o Congresso Nacional Africano da clandestinidade, bem como por sua queda virtiginosa.

O ex presidente será lembrado também como um dos lideres sul africano mais fracos no período pós apartheid. Sua presidência certamente não sera lembrada por nenhuma política de longo prazo implementada durante seu mandato. Pelo contrário,  será lembrado mais pelas reviravoltas monetárias afetando drasticamente a moeda local, o rand.

” A descendente trajetória da África do Sul epecialmente durante os últimos 7 anos não pode ser culpa única e exclusiva de Jacob Zuma”, disse Ralph Mathekga, autor do aclamado best-seller “When Zuma Goes”. “Ele é afinal de contas, apenas um homem e faz parte de um sistema bem maior.”

Acusado de estrupo foi inocentado dizendo entre outras coisas que foi seduzido por sua querelante que na época estava usando uma saia muito justa. o presidente afirmou também que após o coito tomou uma ducha fria para livrar-se do vírus HIV.

Polígamo sob a cultura Zulu, Jacob Zuma tem mais de 20 filhos, dos quais alguns estão envolvidos em negócios nebulosos.

Duarante sua presidência a corrupção do estatal foi rampante. Sua administração favoreceu amigos com contratos milionários com o Estado sem qualquer tipo de licitação.

Jacob Zuma passou sua vida adulta fiel ao Congresso Nacional Africano, o mais famoso partido na luta pelo fim do Apartheid.

Apesar de  seu enorme rabo preso tornou-se presidente por causa do seu enorme carisma principalmente entre as camadas mais pobres da população. Entretanto, este mesmo carisma não foi forte o suficiente para acalmar a enorme pressão dentro do seu próprio partido pedindo sua resignação.

Jacob Zuma tornou-se o reflexo de um partido ainda preso a dogmas pré Apartheid. Um partido que luta desesperadamente para modernizar-se e conseguir um apelo além da sua base negra sul africana.