PIONEIRO DO HIP-HOP

Grandmaster-Flash

GRANDMASTER FLASH

Do Bronx para o mundo.

Joseph Sadler chegou em NY da pequena ilha de Barbados nos anos 1960. Entretanto, ele só fincou os pés no Bairro do Bronx em 1971. Antes disso passou parte de sua infância no interior da cidade numa casa para crianças adotadas.

Por volta do meio dos anos 1970 uma tremenda revolução cultural estava dando os passos iniciais na cidade. Estou falando dos grafiteiros que usavam os vagões do Metropolitano da cidade como enorme tela para suas artes e as batidas musicais com uma percurssão mais pesadas saindo das vitrolas locais, mais particularmente no bairro do Bronx. Estas duas combinações tiveram o papel de destaque na formação do movimento cultural que dura 4 décadas.

“CDF” por natureza, Joseph Sadler gostava mesmo era de desmontar aparelhos domésticos para ver como as geringonças realmente funcionavam. Poucos anos depois deixava os aparelhos domésticos para aperfeiçoar-se desta vez com os toca-discos. Sua curiosidade levou- a criar um maneira toda diferenciada de tocar música para a rapaziada no Bairro do Bronx. Em poucos anos deixava de ser Joseph Sadler para transformar-se em Grandmaster Flash um dos pais precursores da cultura Hip-hop.

A história deste pioneiro com toda certeza pode ser associada a uma montanha russa onde na parte alta da viagem o mundo estava aos seus pés, mas na parte baixa, ele era sómente mais um viciado em cocaína vendendo todo o seu valioso equipamento para meter a seringa no braço.

O movimento Hip-Hop surgiu no Bairro do Bronx no meio do anos 70. NY estava tentando recuperar-se financeiramente do seu quase colapso fiscal. O bairro do Bronx era um completo caos urbano. A música era a válvula de escape para uma juventude com poucos recursos e segregada neste enorme gueto.

Grafitti_Train_NYC

Antes do Hip-Hop tornar-se o fenômeno músical, o movimento estava ligado mais nos grafites encontrados por toda cidade. Na época três DJ no Bronx costumavam agitar a galera com festas nos parque e também nos Centros Comunitários. Clive Campbell, um jamaicano, conhecido como DJ Kool Herc, Afrika Bambaataa, ex membro  da famosa gangue de rufiões “Black Spades”, e Grandmaster Flash. Cada um com seu estilo próprio tocando em diferentes partes do Bronx levavam centenas de jovens nestas festas abertas.

“Eu digo o Bronx criou isso”, ele afirma. “Todos tivemos uma parte. Herc foi o primeiro, o fundador. Aí, o Bam veio com mais seleções musicais. E eu apareci com uma maneira diferente de tocar as músicas tecnicamente falando. Então nos três juntos descobrimos essa coisa”

A situação no Bronx estava tão caótica por causa da recusa dos policiais em fazerem seu trabalho de patrulhamento que em 1977 ao visitar o bairro, o então presidente Jimmy Carter teve que ser escoltado por helicópteros sobrevoando para sua proteção. No meu de todo este caos foi surgindo um movimento espontâneo sem as amarras das gravadoras. Tudo era feito informalmente. Os cassettes das músicas tocadas nestas festas eram gravados e vendidos pelos próprios DJs.

GMF and Furious Five

A fama de Grandmaster Flash alcançou proporções tão grande que Chris Stein and Debbie Harry do grupo Blondie o encontraram numa festa no final dos anos 70 na Liga Atlética da Polícia. Para Stein Grandmaster Flash era um gênio. “Ele tinha total dominação dos toca-discos”, afirmou. Ao comentar sobre o que tinha presenciado aos executivos das gravadoras todos sem exceção afirmaram que a música era um modismo passageiro.

Aos 58 anos passeando pelo Bronx recentemente, Grandmaster Flash relembrou de toda sua trajetória musical. De todas as pessoas que contribuíram de uma maneira ou de outra para o fenômeno que o Hip-Hop se transformou. Da sua separação com o “Furious Five”. Das inúmeras disputas até hoje onde realmente o Hip-Hop começou. Das várias gangues que assistiam suas apresentações sem causar qualquer transtorno. Da sua separação com seus seis filhos. Da sua quase morte  por causa do seu vício com a cocaína. Ele falou até mesmo do seu atual trabalho como “DJing” que o tem levado a diferente partes do planeta. Ele acredita que é um abençoado por ainda estar vivo depois de tudo que passou.

Quem poderia imaginar que um pequeno imigrante de uma das várias ilhotas do caribe, crescendo no caos urbano que era o bairro do Bronx,  iria tornar-se um dos pais fundadores do movimento cultural mais revolucionário dos EUA nos últimos 40 anos. Tudo isto começou  com apenas um toca-discos e muita perseverança.