Pat Cleveland nasceu em Nova York em 1951. Seu pai era sueco e sua mae uma mulher negra do bairro do Harlem. Com a pele clara como ela mesma afirma na sua pungente biografia “WAKING WITH THE MUSES”, Pat Cleveland nao era branca o suficiente para ser considerada branca, nem tao pouco negra o suficiente para ser considerada negra. Em outras palavras, ela certamente se encaixava na regra do pais que afirma que uma gota de sangue negro determina sua negritude. A vizinhanca onde cresceu era claramente dividida entre os negros, irlandeses, porto riquenhos, e tambem judeus, cada grupo cuidando de seu proprio espaco.
Magrela, com apenas 14 anos de idade, e com uma beleza considerada exotica para os padroes anglo-saxoes da epoca, Pat Cleveland foi descoberta na plataforma de uma das muitas linhas do Metro da cidade por Carrie Donovam que trabalhava na famosa revista de moda VOGUE colocando-a na caminhada para tornar-se uma das grandes modelos da passarela.
Classificar Pat Cleveland simplesmente como modelo e limitar uma carreira que combinou persistencia, luta contra convencoes de beleza nordicas, beleza estonteante, e uma energia incomum na duracao de uma carreira que este ano completa 5 decadas.
Fosse nas passarelas em NY, ou em alguma capital europeia, Pat Cleveland e uma modelo nao convencional, e de uma beleza dificil de classificar. “Poderiamos ate dizer que ela e uma versao mais deslumbrante da icone Josephine Baker”, afirmou recentemente Diane Von Furstenberg, a diretora do CONSELHO DE ESTILISTAS DE MODA DOS EUA.
Quando Pat Cleveland surgiu para moda em 1966, as passarelas eram um pouco mais diversificadas do que decadas mais tarde. Sucesso naquela epoca nao era medido pelas redes sociais como hoje em dia, mas sim pelos sussurros e frissons do seu nome nos grandes eventos.
O estrelato para a modelo aconteceu em Paris, mais precisamente em 1973 no entao dilapidado Palacio de Versallies. Neste evento de moda estavam presente iconones como Yves Saint Laurent, Humberto de Chivenchy, Christian Dior, entre outros.
Pat Cleveland tambem teve seus namoros com os famosos de Hollywood. Entre eles estao: Jack Nicholson e Warren Beaty. Ela tambem teve um caso com o lider da Banda Rolling Stone, Mick Jagger. Entre seus fotografos favorito estava Car Von Vetchen.
O que marca bastante no livro e a candura com o qual ela aborda o tema sobre o racismo que ela sempre encontrou nas passarelas. Ela afirma que o problema ainda existe ate hoje. O tratamento recebido durante o inicio da sua carreira foi razao para deixar Nova York e mudar-se para Paris, prometendo voltar para os EUA somente quando uma modelo negra fosse capa da VOGUE. Isto veio acontecer em 1974 com a belissima modelo Beverly Johnson na edicao de Agosto daquele ano.
Foram 50 anos de uma carreira que simbolizou nao somente glamour, mas classe, refinamento, e a consciencia de uma menina filha de uma mae solteira negra que soube representar com distincao o bairro e a comunidade de onde ela saiu para o glamoroso mundo da moda.